Clinio Amaral Junior, 40 anos, casado com Eveline há 11 anos, tem dois filhos: Thales e Nickolas e como hobbies a música que tocava nos intervalos do curso de Segurança do Trabalho no Cefet e no trabalho numa farmácia do Parque Nova Brasília. Como bom brasileiro gosta ainda do futebol e agora que roda o mundo a trabalho passou a fazer isso também por lazer.
O nosso blog de ex-alunos começa com Clinio, uma série de entrevistas, com alguns dos cerca de 700 alunos formados, durante os vinte anos de implantação deste curso no Cefet Campos.
Clinio é daqueles sujeitos, bons de conversa, afável, pra cima como se diz na gíria. Construiu uma carreira profissional e uma família que se orgulha. É simples no trato e profundo na capacidade de realizar as coisas. Não se intimidou com o que considerava o seu conhecimento de inglês como básico, quando numa entrevista para ingressar no setor off-shore, as oportunidades se lhe abriram. Clinio mostrou que sabia se comunicar, se virar ganhou a vaga e a confiança dos gerentes. Até o embarque passado desenvolvia suas atividades na sonda Jim Cunningham junto com outros três profissionais com a responsabilidade de segurança do trabalho (RSTSs) um australiano, um egípcio e um irlandês no mar de Angola.
Neste novo embarque, ainda no litoral de Angola onde chega após um vôo do Rio para Paris, Franfurt e Luanda, Clinio foi mandado arrumar o setor de Segurança do Trabalho na sonda Rig 140 trabalham onde está atuando junto com 2 angolanos e 1 escocês. Clinio lembra no e-mail que respondeu a entrevista que: “aqui não é necessário que o cara seja técnico de segurança para atuar. Basta experiência. Lógico que precisam fazer vários cursos no decorrer, tipo combate a incêndio avançado, homem de segurança de heliponto, entre outros. Quando eu digo que para ser TST no Brasil precisamos fazer 2 anos de curso. os caras ficam doidos, rs".
O nosso blog de ex-alunos começa com Clinio, uma série de entrevistas, com alguns dos cerca de 700 alunos formados, durante os vinte anos de implantação deste curso no Cefet Campos.
Clinio é daqueles sujeitos, bons de conversa, afável, pra cima como se diz na gíria. Construiu uma carreira profissional e uma família que se orgulha. É simples no trato e profundo na capacidade de realizar as coisas. Não se intimidou com o que considerava o seu conhecimento de inglês como básico, quando numa entrevista para ingressar no setor off-shore, as oportunidades se lhe abriram. Clinio mostrou que sabia se comunicar, se virar ganhou a vaga e a confiança dos gerentes. Até o embarque passado desenvolvia suas atividades na sonda Jim Cunningham junto com outros três profissionais com a responsabilidade de segurança do trabalho (RSTSs) um australiano, um egípcio e um irlandês no mar de Angola.
Neste novo embarque, ainda no litoral de Angola onde chega após um vôo do Rio para Paris, Franfurt e Luanda, Clinio foi mandado arrumar o setor de Segurança do Trabalho na sonda Rig 140 trabalham onde está atuando junto com 2 angolanos e 1 escocês. Clinio lembra no e-mail que respondeu a entrevista que: “aqui não é necessário que o cara seja técnico de segurança para atuar. Basta experiência. Lógico que precisam fazer vários cursos no decorrer, tipo combate a incêndio avançado, homem de segurança de heliponto, entre outros. Quando eu digo que para ser TST no Brasil precisamos fazer 2 anos de curso. os caras ficam doidos, rs".
Este é o Clinio. Leia a entrevista e conheça mais um pouco da carreira e das opiniões do Clinio Amaral:
1) Quando se formou no Cefet, onde trabalhou até chegar onde está?
Clinio: Eu me formei em 1993. Acredito que na quarta turma do curso Técnico de Segurança do Trabalho. Assim que me formei iniciei minha carreira como Técnica de Segurança do Trabalho na empresa de beneficiamento de laticínios, chamada SPAM, em Campos, que logo foi adquirida pela Parmalat. Após dois anos nessa empresa, recebi um convite para trabalhar no segmento off-shore, por intermédio do CEFET, na época, Escola Técnica Federal de Campos. Passei cinco anos trabalhando em empresas de médio porte nesse segmento e, em 2000 fui sondado para trabalhar na Transocean como Coordenador de Segurança e Treinamento. Aceitei o convite e permaneço na empresa até o dia de hoje, sendo que em 2006 assinei meu contrato internacional com a Transocean Intl, trabalhando um ano no Egito e atualmente em Angola.
2) O que representou co curso de Técnico em Segurança do Trabalho na sua vida profissional e na sua vida?
Clinio: O curso representou um marco na minha vida, pois me proporcionou uma mudança radical em termos de conhecimento, me dando condições de ingressar num mercado de trabalho atraente e cheio de desafios. De um jovem balconista de farmácia, passei a exercer uma função super importante, que envolve a segurança e integridade de pessoas. Com o conhecimento adquirido no curso, amadureci também como ser humano, ampliando meus horizontes sobre o comportamento humano. Além disso, minha vida sócio-financeira sofreu uma mudança radical, ao ingressar no segmento offshore. Não fosse o curso, talvez eu não tivesse condições de conquistar o que possuo hoje.
3) O que de melhor o curso do Cefet te propiciou?
Clinio: Acredito que o conhecimento. Tive de me dedicar para aprender matérias que nunca havia me aprofundado antes, tais como Física, Química e Biologia além de aprender novas matérias como Segurança do Trabalho, Análise e Controle de Perdas, Psicologia do Trabalho, Prevenção e Controle de Sinistros, etc. Tive o privilégio de ser aluno de professores que se dedicaram e ainda se dedicam em formar cidadãos, não apenas alunos. Esse foi o diferencial.
4) O segmento off-shore de exploração de petróleo é um ambiente de risco. Quais são suas principais atividades de atuação profissional neste setor?
Clinio: Como Coordenador de Segurança e Treinamento, entre outras atividades, eu atuo como disseminador da conscientização dos funcionários no que diz respeito a prevenção de acidentes, ministrando treinamentos, assegurando que os procedimentos e políticas de segurança da empresa sejam entendidos e aplicados. Auditorias também fazem parte da minha atuação, bem como participação ativa e pró-ativa na elaboração e revisão de procedimentos específicos.
5) Quando saiu do Brasil para prestar serviços neste segmento no exterior, você deixou de ter algumas garantias dadas por lei, mas ganhou outras vantagens. Diga quais são e se isto vale a pena.
Clinio: A Transocean tem uma série de benefícios, altamente atrativos, tais como Previdência Privada, o que vai me propiciar um excelente rendimento quando me aposentar. Ainda possuo o mesmo Plano de Saúde que eu tinha quando trabalhava no Brasil, com adição de outro Internacional, para cobrir qualquer eventualidade no exterior. Tenho também participação em ações da empresa, um privilégio que só possui quem tem contrato internacional, no Brasil isso não aconteceria. Aliás, no exterior é muito comum as pessoas aplicarem na Bolsa de Valores, comprarem e negociarem ações com uma facilidade e naturalidade que nós brasileiros ainda não entendemos, já que isso não faz parte da nossa cultura, apesar das mudanças de comportamento da sociedade em termos de finanças. Se vale a pena? MUITO! Se eu fosse me aposentar pelo INSS daqui a 20 anos, receberia somente o teto, que gira em torno de 2.500 reais, se não me engano.
6) Como administra pessoalmente a questão do trabalho e descanso no regime de 28 x 28 dias?
Clinio: No inicio eu achei que não fosse suportar essa escala, pois achava tempo demais longe da minha família. Com o tempo, fui me convencendo que 28 dias em casa é muito melhor do que 15 dias. Quando eu folgava 15 dias, não podia fazer planos, firmar compromissos, já que a folga era curta. Com 28 dias, posso planejar viagens, posso ir às festas comemorativas das escolas dos meus filhos, entre outras coisas que não daria para fazer com 15 dias de descanso.
7) Você já pensou que o hoje como profissional você pode ser considerado um global-worker? Faz curso em Houston, na Escócia, trabalha no Egito, em Angola, mora no Brasil, etc.?
Clinio: Sem dúvida. Ter um contrato internacional me dá essa oportunidade única e prazerosa de conhecer e interagir com pessoas de culturas e costumes tão diferentes. Além disso, abre muitas portas. O mercado internacional é imenso.
8) Como avalia o mercado de trabalho para o TST?
Clinio: Penso que nunca esteve tão aquecido. O segmento offshore, principalmente. O fato de o Brasil ter se tornado auto-suficiente fez com que a demanda aumentasse e o ingresso de empresas estrangeiras na exploração do petróleo em águas brasileiras só vem aumentando. Levando-se em consideração que a exploração de petróleo se enquadra em atividade de grau de risco 4 e que cada plataforma possui mais de cem trabalhadores, isso exige 4 Técnicos de Segurança do Trabalho no quadro de funcionários.
9) Que recomendações você daria hoje aos alunos que estão ainda estudando no curso técnico de Segurança do Trabalho? E ao curso propriamente dito?
Clinio: Aos alunos eu gostaria de sugerir que se empenhassem em aprender Inglês e Informática. O mercado vem crescendo, como já expus, e com isso, se tornando cada vez mais exigente e seletivo. Aquele que quiser ingressar no setor deve atender esses critérios de filtragem. Procurar ir além das matérias dadas no curso, se atualizando, pesquisando e acumulando conhecimento. Isso vai fazer com que o aluno saia da instituição com uma mentalidade pró-ativa e isso, com certeza, vai fazer diferença. Ao curso, eu recomendaria que pudesse munir os alunos de conhecimento sobre o segmento offshore. Quando aluno, eu aprendi procedimentos operacionais da indústria de cimento e das usinas de cana-de-açúcar. Ao ingressar no segmento offshore eu tive de ser auto-didata de aprender no dia-a-dia, na 'marra'. Adicionar os processos de perfuração e produção seria a cadeira de PTI seria uma boa iniciativa.
10) Como você vê a nossa Campos agora que possui um olhar de quem já convive com outras experiências?
Clinio: Vejo a nossa cidade como um lugar não valorizado pelas autoridades, pelos políticos. Uma cidade que hoje detém o maior percentual de royalties concedidos pela Petrobras deveria propiciar uma melhor qualidade de vida aos seus habitantes. Mas ainda é um bom lugar para se viver. Eu, particularmente, gosto de Campos e acho que com o advento do Porto, haverá uma serie de melhorias. Pelo menos eu tenho fé nisso.
1) Quando se formou no Cefet, onde trabalhou até chegar onde está?
Clinio: Eu me formei em 1993. Acredito que na quarta turma do curso Técnico de Segurança do Trabalho. Assim que me formei iniciei minha carreira como Técnica de Segurança do Trabalho na empresa de beneficiamento de laticínios, chamada SPAM, em Campos, que logo foi adquirida pela Parmalat. Após dois anos nessa empresa, recebi um convite para trabalhar no segmento off-shore, por intermédio do CEFET, na época, Escola Técnica Federal de Campos. Passei cinco anos trabalhando em empresas de médio porte nesse segmento e, em 2000 fui sondado para trabalhar na Transocean como Coordenador de Segurança e Treinamento. Aceitei o convite e permaneço na empresa até o dia de hoje, sendo que em 2006 assinei meu contrato internacional com a Transocean Intl, trabalhando um ano no Egito e atualmente em Angola.
2) O que representou co curso de Técnico em Segurança do Trabalho na sua vida profissional e na sua vida?
Clinio: O curso representou um marco na minha vida, pois me proporcionou uma mudança radical em termos de conhecimento, me dando condições de ingressar num mercado de trabalho atraente e cheio de desafios. De um jovem balconista de farmácia, passei a exercer uma função super importante, que envolve a segurança e integridade de pessoas. Com o conhecimento adquirido no curso, amadureci também como ser humano, ampliando meus horizontes sobre o comportamento humano. Além disso, minha vida sócio-financeira sofreu uma mudança radical, ao ingressar no segmento offshore. Não fosse o curso, talvez eu não tivesse condições de conquistar o que possuo hoje.
3) O que de melhor o curso do Cefet te propiciou?
Clinio: Acredito que o conhecimento. Tive de me dedicar para aprender matérias que nunca havia me aprofundado antes, tais como Física, Química e Biologia além de aprender novas matérias como Segurança do Trabalho, Análise e Controle de Perdas, Psicologia do Trabalho, Prevenção e Controle de Sinistros, etc. Tive o privilégio de ser aluno de professores que se dedicaram e ainda se dedicam em formar cidadãos, não apenas alunos. Esse foi o diferencial.
4) O segmento off-shore de exploração de petróleo é um ambiente de risco. Quais são suas principais atividades de atuação profissional neste setor?
Clinio: Como Coordenador de Segurança e Treinamento, entre outras atividades, eu atuo como disseminador da conscientização dos funcionários no que diz respeito a prevenção de acidentes, ministrando treinamentos, assegurando que os procedimentos e políticas de segurança da empresa sejam entendidos e aplicados. Auditorias também fazem parte da minha atuação, bem como participação ativa e pró-ativa na elaboração e revisão de procedimentos específicos.
5) Quando saiu do Brasil para prestar serviços neste segmento no exterior, você deixou de ter algumas garantias dadas por lei, mas ganhou outras vantagens. Diga quais são e se isto vale a pena.
Clinio: A Transocean tem uma série de benefícios, altamente atrativos, tais como Previdência Privada, o que vai me propiciar um excelente rendimento quando me aposentar. Ainda possuo o mesmo Plano de Saúde que eu tinha quando trabalhava no Brasil, com adição de outro Internacional, para cobrir qualquer eventualidade no exterior. Tenho também participação em ações da empresa, um privilégio que só possui quem tem contrato internacional, no Brasil isso não aconteceria. Aliás, no exterior é muito comum as pessoas aplicarem na Bolsa de Valores, comprarem e negociarem ações com uma facilidade e naturalidade que nós brasileiros ainda não entendemos, já que isso não faz parte da nossa cultura, apesar das mudanças de comportamento da sociedade em termos de finanças. Se vale a pena? MUITO! Se eu fosse me aposentar pelo INSS daqui a 20 anos, receberia somente o teto, que gira em torno de 2.500 reais, se não me engano.
6) Como administra pessoalmente a questão do trabalho e descanso no regime de 28 x 28 dias?
Clinio: No inicio eu achei que não fosse suportar essa escala, pois achava tempo demais longe da minha família. Com o tempo, fui me convencendo que 28 dias em casa é muito melhor do que 15 dias. Quando eu folgava 15 dias, não podia fazer planos, firmar compromissos, já que a folga era curta. Com 28 dias, posso planejar viagens, posso ir às festas comemorativas das escolas dos meus filhos, entre outras coisas que não daria para fazer com 15 dias de descanso.
7) Você já pensou que o hoje como profissional você pode ser considerado um global-worker? Faz curso em Houston, na Escócia, trabalha no Egito, em Angola, mora no Brasil, etc.?
Clinio: Sem dúvida. Ter um contrato internacional me dá essa oportunidade única e prazerosa de conhecer e interagir com pessoas de culturas e costumes tão diferentes. Além disso, abre muitas portas. O mercado internacional é imenso.
8) Como avalia o mercado de trabalho para o TST?
Clinio: Penso que nunca esteve tão aquecido. O segmento offshore, principalmente. O fato de o Brasil ter se tornado auto-suficiente fez com que a demanda aumentasse e o ingresso de empresas estrangeiras na exploração do petróleo em águas brasileiras só vem aumentando. Levando-se em consideração que a exploração de petróleo se enquadra em atividade de grau de risco 4 e que cada plataforma possui mais de cem trabalhadores, isso exige 4 Técnicos de Segurança do Trabalho no quadro de funcionários.
9) Que recomendações você daria hoje aos alunos que estão ainda estudando no curso técnico de Segurança do Trabalho? E ao curso propriamente dito?
Clinio: Aos alunos eu gostaria de sugerir que se empenhassem em aprender Inglês e Informática. O mercado vem crescendo, como já expus, e com isso, se tornando cada vez mais exigente e seletivo. Aquele que quiser ingressar no setor deve atender esses critérios de filtragem. Procurar ir além das matérias dadas no curso, se atualizando, pesquisando e acumulando conhecimento. Isso vai fazer com que o aluno saia da instituição com uma mentalidade pró-ativa e isso, com certeza, vai fazer diferença. Ao curso, eu recomendaria que pudesse munir os alunos de conhecimento sobre o segmento offshore. Quando aluno, eu aprendi procedimentos operacionais da indústria de cimento e das usinas de cana-de-açúcar. Ao ingressar no segmento offshore eu tive de ser auto-didata de aprender no dia-a-dia, na 'marra'. Adicionar os processos de perfuração e produção seria a cadeira de PTI seria uma boa iniciativa.
10) Como você vê a nossa Campos agora que possui um olhar de quem já convive com outras experiências?
Clinio: Vejo a nossa cidade como um lugar não valorizado pelas autoridades, pelos políticos. Uma cidade que hoje detém o maior percentual de royalties concedidos pela Petrobras deveria propiciar uma melhor qualidade de vida aos seus habitantes. Mas ainda é um bom lugar para se viver. Eu, particularmente, gosto de Campos e acho que com o advento do Porto, haverá uma serie de melhorias. Pelo menos eu tenho fé nisso.
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